quinta-feira, 12 de julho de 2012

Visita pastoral a Ilhéus, Bahia

* DAR


Dom Sebastião Armando e sua esposa dona Madalena estiveram na semana passada na cidade baiana de Ilhéus, por coincidência nos dias da Feira do Chocolate. Ilheus, berço há cem anos de Jorge Amado, foi o grande centro de produção do cacau. Aí se encontraram com um grupo que começa a viver a experiência da vida anglicana desde o ano passado. Buscaram relacionamento com a Paróquia do Bom Pastor em Salvador e agora, com a visita do Bispo, têm instalado o Ponto Missionário da Santíssima Trindade. Estava presente, representando a Paróquia, o Rev. Josafá Batista, de Salvador.

O casal foi recebido atenciosamente pelo grupo e hospedado com fidalguia em casa de Adauto e Joilda. Quatro dias de intensa convivência. O Bispo se encontrou com o Bispo Dom Mauro Montagnoli, mineiro de origem, da Igreja Católica Romana. Além de amigos, essa visita se fazia obrigatória por força das relações ecumênicas entre a Igreja Romana e a Anglicana. Após conversa reservada, Dom Mauro convidou o Bispo e sua esposa a almoçar com ele em sua residência.

Houve momento de encontro de Dom Sebastião e dona Madalena com o grupo de seis pessoas que lidera a experiência, inclusive dois padres católicos casados que, como sabemos, ficam impedidos de continuar sua vida ministerial na Igreja Romana. Houve momentos de oração matutina e vespertina e momento de estudar sobre Anglicanismo. Finalmente, no domingo, dia 08, a solene celebração da Santa Eucaristia de inauguração do espaço da Igreja, um salão alugado. Dom Sebastião recebeu as seis pessoas na comunhão da Igreja, duas mulheres e dois homens: Joilda, Nélia, Adauto, Nildemar, Sandro e Luciano. Sandro é membro da tribo aborígene Tupinambá, onde se chama pelo nome de Caramuru. À cerimônia estavam presentes trinta pessoas, entre essas o cacique Jaguar e sua esposa Potira. Foram batizadas as duas crianças de Luciano e as duas de Sandro, estas chamadas pelos dois nomes que carregam, mas tendo o nome indígena pronunciado em primeiro lugar. Imaginem, o nome do menino é Tupã. Foi lindo ver na assembleia litúrgica Sandro, o cacique e as crianças vestidos a rigor, de acordo com a tradição indígena: tanga, cocar, maracá na mão, pés descalços e o corpo pintado. Dom Sebastião convidara o cacique a tomar lugar a seu lado, à esquerda da mesa do altar. Nossa Igreja recebeu um pedido que pode se transformar em vocação para a pequenina Igreja de Ilhéus: dialogar com a tribo para começar a criar uma comunidade cristã que assuma sua cultura. O pedido nascia de uma queixa: têm chegado ali Igrejas evangélicas que dividem o povo e desprezam em bloco sua cultura, classificando-a como costumes pagãos inspirados pelo diabo…

Ainda houve espaço para ver a paisagem e perceber como a cidade é linda embora bastante degradada.