domingo, 31 de julho de 2016

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Entrevista: Ivone Gebara (parte 2)

www.ihu.unisinos.br

     De que forma o seu caminho e o do feminismo se cruzaram?

     O feminismo entrou na minha vida no final da década de 70, quando estava em Recife, onde passei 34 anos. Eu me sinto mais nordestina, inclusive, que paulista. Acho que foi lá que fui me tornando feminista. Alguns livros sobre feminismo caíram no meu colo, li muito sobre o tema. Mas, além da literatura, a convivência com as mulheres também me levou para esse caminho. Fui me dando conta do quanto estava defasada, mesmo já sendo teóloga da libertação. Lutava pela libertação dos pobres, dava cursos, andava pelas cidades do interior, mas só acordei para o fato de que o sujeito feminino era diferente do masculino - do ponto de vista da vivência corporal, social, política - na convivência com elas. Lembro-me de que, certa vez, a mulher de um operário me disse que eu falava feito um homem. Que eu só sabia falar de sindicato, de política e que não entendia nada das dores, dificuldades e problemas das mulheres. Fiquei muito assustada com aquilo e comecei a chorar, mas não de raiva. Eram lágrimas de consciência. Percebi que falava a mesma linguagem patriarcal da igreja e não apreendia o sofrimento particular das mulheres. Esse foi um grande aprendizado e não apenas sobre elas, mas sobre mim, porque descobri que também não me conhecia.

     E como é ser uma freira feminista?

     É algo desafiante e, à primeira vista, completamente contraditório porque ser freira significa que você está ligada à instituição católica, apostólica, romana, que é uma congregação religiosa governada por homens e, portanto, predominantemente masculina. Mas é também interessante porque, mesmo nesse universo patriarcal, é possível encontrar mulheres livres, que conseguem fazer o seu bailado com a finalidade de se realizar como pessoa, mas também de ajudar a mudar esse mesmo mundo, que é bastante cúmplice da opressão das mulheres.Mas de que maneira e com quais argumentos a senhora busca desconstruir esse discurso de que o aborto é pecado?Acho que nenhum argumento convence os patriarcas da igreja porque, na realidade, eles têm um poder sobre o corpo das mulheres. Quando você pergunta para uma mulher se Deus é homem ou mulher, o que ela responde? Homem. A partir daí você já tem a essência dessa pessoa habitada pelo poder masculino. Nós, teólogas feministas, dizemos o contrário. Acreditamos que quem me habita sou eu. Não defendo o aborto, apenas reconheço que ele existe. Assim como não defendo que ninguém se drogue, mas reconheço a existência do sério problema das drogas. A igreja utiliza o argumento do respeito à vida, mas o próprio governo da igreja nunca respeitou totalmente as vidas. Sempre existiu o controle dos pensamentos, dos corpos, caça às bruxas. Eles sempre fizeram essas coisas. Esse negócio de 'o princípio da vida' não se sustenta. Esses princípios não dão às mulheres o direito à escolha. As igrejas não podem impor suas ideologias a todos os cidadãos de um país. É preciso cultivar uma educação, seja nas escolas, nos partidos ou nos meios de comunicação, que as pessoas sejam capazes de avaliar o que é melhor para elas e fazerem suas escolhas de modo consciente. E também é necessário que haja uma assistência digna porque o aborto é um problema de saúde pública, que causa muitos transtornos para as mulheres e para as famílias.

CLIQUE AQUI para ler a entrevista completa. Extraído de http://atarde.uol.com.br/muito/noticias/1776561-o-governo-da-igreja-nunca-respeitou-totalmente-as-vidas. 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

“Não se esqueçam de nós”, índios Guarani-Kaiowá fazem apelo para a IEAB

Na última semana, membros da IEAB fizeram parte da Missão Ecumênica em favor dos direitos dos povos indígenas.


A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB, fez parte pelo segundo ano consecutivo da “Missão Ecumênica” em parceria com a CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço, CIMI – Conselho Indigenista Missionário, CEBI – Centro de Estudos Bíblicos e CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil. No ano passado, a exploração de terras de forma ilegal feita por madeireiros, latifundiários e grandes fazendeiros evidenciou a nível nacional um problema há muito tempo recorrente na região do Mato Grosso do Sul/MS sobretudo no assunto da demarcação das terras indígenas de diversas tribos, entre elas os Guarani-Kaiowá e os Terena, que mais foram afetados por uma forte onda de violência, desencadeando genocídio e a expulsão de centenas de pessoas das suas moradias.
Antecedentes
De acordo com informações do CIMI, nos últimos doze anos, mais de 500 índios cometeram suicídio e outros 390 foram assassinados de forma brutal nas investidas de retirar as famílias das áreas de interesse para o agronegócio, que inicialmente pertenceram aos indígenas. Os órgãos ecumênicos e apoiadores da causa dos Guarani-Kaiowá salientaram na primeira vez em que a missão se reuniu, o interesse por uma CPI do Genocídio na intenção da investigação concreta desses abusos.
No dia 14 de junho, próximo da aldeia dos Guarani-Kaiowá no município de Caarapó, o agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de vinte e três anos, foi morto a tiros, seis outros índios foram encaminhados com ferimentos graves também por armas de fogo para um hospital em Dourados/MS. Conforme comentado pelos moradores da área da fazenda Yvu, homens em caminhonetes, tratores e motos, estavam atirando para todos os lados.
Muitos dos indígenas ficaram juntos, mas uma grande parte se dispersou pelas regiões próximas para se proteger, o que está gerando conflito com os proprietários de terras. Clodiodi foi enterrado no mesmo local e agora é um símbolo da luta pela retomada das terras.
Dias 14 e 15 de Julho, retorno da missão: “N’handeru mandou dizer que vai ter resistência!”
A IEAB compareceu num ato público em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul, juntamente com os órgãos ecumênicos, para expressar seu apoio com a causa indígena, pedir que não haja mais assassinatos e conflitos com o povo da retomada de terras, que a cultura e a crença deles não sejam alvos de ameaçadas pelo poderio do agronegócio. Estiveram presentes Dom Flávio Irala, Bispo Diocesano de São Paulo e Presidente do CONIC, Dom Naudal Alves Gomes, Bispo Diocesano de Curitiba e Presidente da Comissão Nacional de Incidência Pública da IEAB, as missionárias da TEC que fazem parte do GT de Missão da IEAB, Monica Vega e Heidi Schmidt,  Vagner Mendes, membro do staff da Secretaria Geral da IEAB, Rev. Hugo Sanchez, responsável pela Missão da Inclusão em Campo Grande/MS juntamente com os paroquianos Emanuel, Lúcia, Cleide e Maria Helena, houve um momento muito forte, onde as tribos se cumprimentaram e dançaram juntas, os líderes religiosos foram acolhidos e puderam manifestar palavras de apoio aos índios e repúdio aos últimos acontecimentos, dançaram em conjunto, puderam conceder a bênção de acordo com a sua fé e depois um sacerdote indígena também abençoou os líderes ecumênicos, conforme sua tradição – N’handeru carrega o arquétipo de Criador – assim como o Deus revelado que conhecemos no cristianismo, ficou claro que todos somos um.
Encontro no Ministério Público Federal

Templo da Paróquia Anglicana do Semeador é reinaugurado


Para a glória de Deus, no último domingo, dia 17 de julho, em Jardim Brasil II, Recife/PE, foi reinaugurado o Templo da Paróquia Anglicana do Semeador, restituído recentemente pela Justiça.

Um momento festivo de reencontro, de partilha de esperança e de sonhos.


O Culto, que contou com a presença de 27 pessoas, teve a presidência de Dom João Peixoto,  foi oficiado pelo Revdo. Francisco Sales, homilia com o Revdo. David Pessoa de Lira, e louvor ministrado pelo Seminarista José Bezerra e pela Sra. Conceição Guerra.

* Post reproduzido do Portal da DAR.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Entrevista com Ivone Gebara (parte 1)

Por Mila Cordeiro

  "A senhora pensou em ser freira quando ainda estava na faculdade de filosofia, na década de 60. E diz que fez essa opção buscando ter mais liberdade. Não parece um tanto contraditório que tenha buscado liberdade dentro de um convento, de uma estrutura conservadora como a Igreja Católica?
  De  fato, parece um tanto contraditório, mas, embora muitos acreditem que o convento não é um lugar de liberdade, paradoxalmente, para mim, foi. Naquela época, tive a oportunidade de ser colega de turma e conviver com algumas freiras e percebia o quanto aquelas mulheres eram intelectualmente brilhantes e, ao mesmo tempo, comprometidas  com o mundo dos pobres. Elas realizavam trabalhos incríveis com crianças e adolescentes das periferias. Achei que aquele caminho era extraordinário e, ao mesmo tempo, gostava da ideia de não precisar reproduzir o modelo familiar dos meus pais. Eu queria um mundo maior, mais amplo para mim. Não sei de onde vinham essas ideias, mas imaginava que o mundo podia ser diferente.
  E por que a incomodava a ideia de reproduzir o modelo familiar dos seus pais? Acha que, desde essa época, já tinha o espírito feminista?
  Acho que não era feminista, mas apenas uma pessoa buscando a própria felicidade. Naquela época eu já participava do movimento estudantil, embora não tenha sido muito atuante, porque minha família  não gostava muito que ficasse fora de casa. Participei da União Nacional dos Estudantes (UNE), fui diretora do Centro de Filosofia, ajudei a fundar um jornalzinho, enfim. Para mim, esse mundo era mais amplo do que ter filhos, cozinhar, brigar com o marido, ficar vendo se o dinheiro dá ou não para as compras. A possibilidade que se apresentou para mim foi essa. Os fios da minha história se teceram dessa forma".

  CLIQUE AQUI para ler a entrevista completa. Fotos e textos extraídos de http://atarde.uol.com.br/muito/noticias/1776561-o-governo-da-igreja-nunca-respeitou-totalmente-as-vidas. 

sábado, 16 de julho de 2016

Concurso sobre gênero

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/07/onu-brasil-abre-inscricoes-para-concurso-de-video-sobre-igualdade-de-genero

       "Estão abertas as inscrições para o concurso de vídeos de 1 minuto: "O Valente Não É Violento”. A iniciativa, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), é voltada para estudantes do ensino médio e profissionais de audiovisual. Os interessados podem se inscrever e enviar o material até..." CLIQUE AQUI e saiba outras informações.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Testemunho da IEAB sobre a Missão Ecumênica aos Povos Indígenas


Nossa Igreja esteve presente na primeira Missão Ecumênica junto aos povos indígenas no Mato Grosso do Sul. O Reverendo Luiz Gabas foi representando a Comissão Nacional de Incidência Pública e compartilha conosco sua experiência quando esteve lá em outubro de 2015.
Missão Ecumênica em solidariedade ao Povo Guarani Kaiowá e ao CIMI
Sob a coordenação do CONIC, CESE e CEBI, organizações ecumênicas e Igrejas se juntaram para a Missão Ecumênica em solidariedade ao Povo Guarani Kaiowá e ao Conselho Indigenista Missionário Brasileiro nas cidades de Campo Grande e Dourados, Mato Grosso do Sul, nos dias 7 e 8 de outubro de 2015. Éramos três os anglicanos presentes: o Bispo Flávio Borges Irala representando o CONIC Nacional, a Reverenda Magda Pereira o CLAI Brasil e eu, Luiz Carlos Gabas, a Igreja Episcopal  Anglicana do Brasil, por meio da Comissão de Incidência Pública. A violência contra os povos indígenas que habitam o Mato Grosso do Sul é secular. Tem se acentuado nos últimos tempos com o avanço do agronegócio que vê a terra como mercadoria, e não como mãe geradora de vida. Dentre esses povos indígenas, os mais sofridos são aqueles que habitam o chamado Cone Sul (municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Maria João, etc..).  Sofrem os Terenas, sofrem outros povos, mas muito mais o Povo Guarani Kaiowá. Sob pressão e constantes ameaças, tem de sobreviver em pequenos espaços territoriais. A densidade demográfica inviabiliza qualquer possibilidade de qualidade de vida e impossibilita a produção de alimentos suficiente para toda população. As áreas ocupadas já estão degradadas, e nelas não há espécies animais e vegetais que possam contribuir na suplementação alimentar. As fontes de água estão contaminadas pelos agrotóxicos do agronegócio e pelos dejetos das cidades.  Alem do mais, os fazendeiros bancam uma milícia armada que age impunemente nos municípios que compõem o Cone Sul. Homens fortemente armados vão às comunidades Guarani Kaiowá com a clara intenção de intimidação. Fazem disparos, agridem, humilham homens e mulheres…  O relato de duas mulheres na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul retratam essa triste e real situação de violência: “De noite, homens armados invadiram nossos barracos. Mataram meu irmão… Feriram o cacique… Me arrastaram para longe com uma arma apontada para a cabeça… Fizeram ameaças, e depois cortaram meu cabelo…”
Campo Grande – 7 de outubro

quinta-feira, 14 de julho de 2016

IEAB enviará comitiva em solidariedade aos povos indígenas no Mato Grosso do Sul

Foto: CESE (2015)

Uma das pautas da Igreja, sem dúvidas, é o apoio pelos direitos dos indígenas que num histórico de repercussão nacional, estão sendo suprimidos com as ações ilegais dos exploradores de terra, sobretudo na região próxima a Dourados/MS, que acabou se tornando símbolo da luta dos Guarani Kaiowá. Juntamente com lideranças ecumênicas, uma comissão a nível provincial, representará a IEAB em defesa dos membros da reserva Caarapó que já registrou inúmeros atentados para com os nativos.
Em Campo Grande/MS, as atividades da IEAB se dão pela Paróquia da Inclusão, por meio do Rev. Hugo Sanchez juntamente com os paroquianos, que receberão os integrantes da comitiva:
- Dom Naudal, Presidente da Comissão Nacional de Incidência Pública.
- Dois membros do GT de Missão da IEAB.
- Um integrante do staff da Secretaria Geral.
Na programação está marcado um ato público com autoridades locais e lideranças indígenas no MPF, visita e auxílio na aldeia indígena de Caarapó e também um culto ecumênico com a participação das igrejas participantes da Missão Ecumênica. Este grupo que representará a IEAB se compromete com as causas da comunidade indígena, enviará informações e registros dos acontecimentos no decorrer da caravana e solicita que todas as comunidades de nossa Província brasileira rezem na intenção desse trabalho.

* Post reproduzido do Portal do SNIEAB.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

II Módulo do Curso de Imersão em Anglicanismo EAD do CEA

Formação Acadêmica e Curricular

II Módulo do Curso de Imersão em Anglicanismo EAD do CEA



Agradecemos a Deus e sua Divina Sabedoria, que tem iluminado nossa caminhada teológica na IEAB, e em especial, por estarmos concluindo neste próximo mês de julho o I Módulo do Curso de Imersão ao Anglicanismo EaD do CEA.
Vimos agora convidar vocês para continuarem a caminhada conosco. Solicitamos que façam divulgação, motivação e orações nesse tempo que estamos oferecendo o II módulopara os alunos que realizaram o I Módulo e também convidando novos alunos de suas dioceses a participar conosco do curso.
Estamos divulgando a segunda edição do Curso de Imersão ao Anglicanismo EaD, oferecido pelo CEA, através da plataforma Moodle.
* Clique aqui e leia mais.

terça-feira, 5 de julho de 2016

MISSÃO ANGLICANA CRISTO REI É INSTALADA EM ALAGOINHAS

Interior da Bahia recebe nova missão anglicana



     Alagoinhas é o município baiano onde será instalada a Missão Anglicana Cristo Rei. O projeto já possui imóvel próprio no bairro Santa Terezinha e está sendo organizado pelo Diácono Glauber Jânio da Silva Santos. "Estou ansioso e ao mesmo tempo descansando no Senhor, porque as dificuldades são muitas e os desafios também. Estou recebendo ajuda das pessoas, que não imaginei que teria tanta, as pessoas chegam aqui e se oferecem", diz. 
     Mesmo antes de ser ordenado, o Reverendo Santos já pensava em começar um grupo anglicano na cidade. A chance de concretizar o desejo só foi possível quando os participantes do extinto Rotary Clube local decidiram, em acordo, doar a sede da entidade para os anglicanos. O imóvel cedido foi fundado em outubro de 1941 e recebeu o nome de Sede José Galdino Maia. Devido ao encerramento da associação em novembro de 2014, a estrutura foi desativada.

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