Concordamos com a afirmação do filósofo
grego Aristóteles de que o ser humano é um animal político. Não há como
escapar a essa condição pois de uma forma ou de outra participamos da
sociedade, nos relacionamos com outras pessoas, tomamos decisões que
interferem na vida de todos. Muito mais as instituições sociais, como as
Igrejas, tem profundo papel no cenário político.
Na Bíblia também fica claro que a
participação politica do povo de Deus é uma condição intrínseca ao seu
papel no mundo. Foi assim no período dos patriarcas e matriarcas, no
Êxodo, na ação dos profetas e sacerdotes, na prática das comunidades de
Jesus de Nazaré. Foi assim em toda a história da Igreja Cristã.
Então, a questão não é se a Igreja tem
ou não relação com a política, intrinsecamente tem. Mas, como a Igreja
se posiciona politicamente. Para nós, anglicanos está claro que a missão
da Igreja inclui: responder às necessidades humanas através de um
serviço de amor; buscar transformar as estruturas injustas da sociedade;
preservar a integridade da criação, sustentando e renovando a vida da
terra. Todos esses gestos políticos que procuram alcançar o bem comum, a
proposta cristão do reino de Deus, onde todos tenham vida em abundância
(João 10:10).