Caros
irmãos e irmãs, com este post, passamos a publicar um artigo escrito por KRISCHKE, E. M , cujo objetivo artigo é possibilitar um maior conhecimento da
igreja Episcopal (ANGLICANA). Entendemos que só se ama o que se conhece. A
parte I faz uma introdução e fala sobre a origem da Igreja. Boa leitura a todos
e todas.
Nestes
dias de incertezas, confusão e perplexidade, muitos há que se voltam para a
religião, na esperança de encontrar algo que realmente os conforte e os inspire
a viver. Este fato verifica-se mais acentuadamente entre os moços de ambos os
sexos, inclusive casais jovens que desejam criar um ambiente espiritual para si
e para os seus filhos.
Dentre as forças vivas do Cristianismo contemporâneo, figura a Igreja Episcopal, cujos elos históricos a ligam à era apostólica e cuja visão da realidade a conserva sempre alerta às exigências dos novos tempos.
O
título “Episcopal” não apenas refere o seu tipo de governo eclesiástico, mas
lembra, ainda, que não se trata de uma seita moderna, fundada pelos homens,
aqui ou ali com o fito de ressaltar este ou aquele ponto doutrinário, em
detrimento de outros. Antes, considera-se uma Igreja Católica, no sentido
básico do termo, porquanto possui as credenciais da tradição apostólica,
preserva e ensina toda a verdade cristã e se destina a todos os homens de todos
os tempos.
I - Historicamente,
está ela entroncada na grande Comunhão Anglicana, a qual, pela sua posição
influente e simpática no cenário religioso destes últimos séculos, desfez-se do
seu sentido regional, propagando-se a todas as raças e nações da terra. Na
vetusta “Magna Charta” dos ingleses, a expressão latina “Ecclesia Anglicana”
era empregada para mencionar a Igreja da Inglaterra, então submetida à
autoridade papal. Porém vocábulos como “anglicano” e “romano” deixaram de
circunscrever-se
a um país ou lugar para designar cada qual um ramo eclesiástico de âmbito
universal e de características próprias.
Como
dissemos inicialmente, não se trata de uma seita destituída de ligação
ininterrupta com a Igreja primitiva. Por outro lado, não menos real e
construtiva é a sua relação com a Reforma religiosa do séc. XVI. Sem perder o
seu caráter católico, é a Igreja Episcopal também chamada “protestante”, pelo
fato de se haver libertado da tutela de Roma e assim retornado à sua antiga
independência. Essa independência fora desfrutada nos primeiros séculos da
Igreja no que são hoje as ilhas britânicas, até que o monge Sto. Agostinho,
enviado pelo Papa Gregório, conseguiu submetê-la à jurisdição papal, no séc.
VI. Esta submissão que nunca foi feliz nem desejada pelo povo, terminou mil
anos depois, quando as aspirações populares foram acidentalmente – e providencialmente
– satisfeitas, graças a uma querela pessoal do rei inglês com o Papa. Que tais
aspirações eram constantes e manifestas demonstra-o a redação da “Magna Charta”
onde se requer que a Igreja Anglicana seja livre (“libera sit”), bem como o
fato de que Estevão Langton, Arcebispo de Cantuária (1207-1228), se recusou a
publicar a bula em que Inocêncio III excomungava os signatários daquele
memorável documento.
Portanto,
muito ao contrário do que a Igreja de Roma tem propalado, a Igreja Anglicana
não foi fundada pelo Rei Henrique VIII, pelo simples motivo de que ninguém pode
fundar aquilo que já existe. Foi, sim, reformada e purificada, no decurso de
vários reinados, a partir de sua separação da sé romana. Conservou-se
fundamentalmente a mesma Igreja que, por séculos, havia existido naquelas ilhas,
mantendo a mesma fé, o mesmo culto e o mesmo ministério.
Fonte: http://www.dasp.org.br/