“Mas nenhum homem pode domar
a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição”.
Esse trecho do livro de Tiago (3:8-10), junto com outras passagens bíblicas, incita
a polêmica sobre a existência ou inexistência da maldição na vida das pessoas.
![]() |
Charge extraída de http://mocidadeipi.blogspot.com.br/2010/04/bencao-ou-maldicao.html |
Quem acredita em maldição
sustenta os argumentos no castigo divino para os desobedientes (Êxodo 20:5), no
ato de Adão em pecar e causar o pecado na humanidade (Romanos 5:12), além de
outros textos. Segundo o funcionário público Radamés Francisco Silva, “a
maldição hereditária acontece desde a criação do mundo e aflige as gerações, a
descendência, alguém da família”. Ele acrescenta que Noé amaldiçoou o filho Cam,
resultando em uma sequencia maligna, ou seja, a maldição do povo cananeu afetou
o continente africano e sua população. “A maldição também vem de pactos com o
demônio. As pessoas podem se livrar dela fazendo oração e jejum com a ajuda de
intercessores”, explica.
Na própria Bíblia é possível
encontrar citações que contestam a maldição, a exemplo de “o indivíduo que peca
é que morre” (Ezequiel 18) e “a misericórdia de Deus se estende até mil
gerações” (Deuternomômio 7:9). Na opinião do teólogo e professor Adriano Portela
não existe maldição herdada, mas comportamentos autodestrutivos causados por traumas.
“De repente uma mulher ouviu na infância que a vida conjugal dela seria infeliz
e, quando ela casa, começa a apanhar do (a) companheiro (a). Acho que isso
acontece porque essa mulher não se sente capaz de ser respeitada, então não é
maldição, é um modo de agir condicionado a uma fraqueza psicológica”, garante.
O ser humano é diverso, cada pessoa reage de modos diferentes sobre as situações. Enquanto os crédulos na maldição buscam meios para fazê-la findar, os não crédulos optam por um estilo de vida baseado na positividade.
Osvaldo Junior DRT BA 3612.