Estamos na era tecnológica, rodeados de praticidade. É fácil deletar, colorir, enviar, logar, curtir, postar, digitalizar e há quem passe a maior parte do tempo no infomundo, seja trabalhando, criando engenhocas ou fugindo do bate papo na mesa da padaria. Na padaria tem fila, mas uma fila comprida se encontra nas noites que antecedem o primeiro dia de cadastramento do Bolsa Família e nos balcões de ingresso das festas de camisa. Outro dia vi um jovem camisado, indo para uma dessas festas, que conseguiu a façanha de pular a catraca do ônibus segurando uma garrafa de whisky. Não achei estranho, somente admirei.
A palavra estranho perdeu o lugar para o grotesco, da mesma forma que o ridículo foi substituído pelo bizarro, como se fossem pokemons evoluídos. A mídia apresenta o grotesco e o bizarro porque o público de massa aprecia e se identifica com eles. Cada tipo nasce da criatividade em promover o espetáculo e deseja ser uma celebridade. E ser uma celebridade é relativamente simples. O Bonde das Maravilhas inverteu o local da cabeça e das nádegas, cantando o Aquecimento das Maravilhas. Lady Gaga vestida de carne de boi gerou comentários no Vídeo Music Award 2010. Os amigos de José Genoíno socializaram contribuições financeiras e a multa judicial do mensalão está quitada. Já o roqueiro Ozzy Osbourn mastigou um morcego durante um show.
Esdrúxulo mesmo é padecer por migalhas de carinho, é patológico. Há quem explique: o mal de amor vem do destino traçado. Creio que o destino está entre o limbo, purgatório, cidade da luz, terceira dimensão, céu, inferno, astral, planeta do ET de Varginha ou o Reino das Águas Claras. A religião pós-moderna repousa na democracia e abre as possibilidades de se acreditar em várias coisas ao mesmo tempo. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” – I Coríntios 1:27. Maravilha: Deus está no controle de tudo!
Texto: Osvaldo Junior (DRT 3612 Ba).
Imagem: http://www.seatualize.com/agradecimento-aos-comentarios-construtivos-de-pessoas-conscientes/
